terça-feira, 15 de julho de 2025

Você ainda é ausência, mas uma ausência que pulsa esperança. Ainda não sei seu nome, nem a forma exata do seu sorriso, mas minha alma já te reconhece em oração. Você é como uma linha de código escrita por Deus: complexa, intencional, invisível até o momento certo compilar.

Você não é uma fantasia romântica. Não te espero como quem aguarda um final de filme, mas como quem confia na direção divina da vida. Porque quando Deus é o arquiteto da história, até os encontros mais improváveis seguem uma planta precisa, desenhada com sabedoria. Sei que, onde quer que você esteja agora, também está sendo trabalhado. Está enfrentando seus próprios monstros, vencendo dias difíceis, talvez se perguntando se alguém ainda acredita no amor verdadeiro. Olha... Eu acredito!

Não sou inteira todos os dias, e quando sou metade, tenho buscado em Deus a força de ser uma metade que soma e não uma metade que pesa. Tenho aprendido a ser paz antes de exigir calmaria, a ser abrigo antes de querer descanso. Quando penso em nós dois, imagino uma aliança feita de respeito, propósito e fé, isto quer dizer, não apenas dedos entrelaçados, mas de mãos erguidas juntas em oração. Tenho permitido que Deus me ensine a ser mulher antes de querer ser esposa. Tenho buscado cura antes de exigir colo, e aprendido a amar com paciência, começando por mim mesma.

Não imagino um romance de cinema, mas um pacto de verdade, na verdade. Um lar onde Deus entra antes de qualquer visita. Onde orações são mais frequentes que cobranças. Onde o silêncio é confortável e a conversa é abrigo. Quero ser pra você a mulher que escuta, que incentiva, que segura a barra e o café.

Anseio por uma tarde qualquer - daquelas sem grandes acontecimentos, em que eu chegue com o cabelo preso, o corpo cansado e o olhar desabrigado - e que, ao me ver, você diga com ternura: “Você é resposta, Izabella.” É em dias comuns, assim, que o amor verdadeiro se revela. São nos intervalos da rotina, entre tarefas inacabadas, listas esquecidas e recomeços silenciosos, que eu quero te amar e ser amada. Nessas horas, imagino você concentrado em algo seu, e eu, ao lado, interrompendo com uma frase aleatória só para ver o seu sorriso surgir distraído. Também penso nos dias em que discordaremos... Porque vamos discordar. Todavia que seja sem nos desfazer enquanto melhores amigos, enquanto amantes. Porque o amor que eu peço a Deus, não é feito apenas de encaixes perfeitos, é de compromisso real: permanecer, mesmo quando parecer mais fácil recuar.

Imagino a nossa casa com janelas grandes, uma parede de vidro voltada para o verde, como um lembrete da criação. Lá dentro: livros, fé, planos em rabiscos e um cheiro de comida simples. Um lar onde a presença de Deus seja a primeira a entrar e a última a sair. Onde as nossas orações não sejam exceção, mas hábito. Onde o amor se expresse tanto no toque quanto na paciência. Desejo dias singelos, sabe?! A volta pra casa depois do trabalho, um jantar sem pressa, um vinho na mão, o toque sutil na cozinha, o abraço longo na varanda, a risada no meio de uma tarefa chata e palavras de afirmação ditas com naturalidade, como quem respira amor. Quero ouvir um “ei, calma, tô aqui” nos dias em que eu me perder de mim. 

Que você venha com o coração moldado pela couraça da justiça e cheio de maravilhosas intenções, me enxergando como uma verdadeira companheira, almejando viver lado a lado, debaixo da mesma promessa. Que venha com a coragem de ser vulnerável, que venha com o senso de humor necessário para rir das minhas piadas ruins e que os meus seios, apenas eles, te fartem! Venha no tempo certo! Não quando formos perfeitos, mas quando estivermos prontos para florescer juntos. Seremos dois que serão um só. Dois que se olham e se permitem: “vamos? Vamos!”, mesmo sem mapa, mas com a direção vinda do Alto.

Eu te espero, querido amor, mas não parada. Me movo, me lapido, me aproximo mais de Deus, porque sei que é nEle que nos encontraremos primeiro. E quando for o momento, Ele saberá costurar nossos passos com delicadeza. Até lá, sigo me construindo com fé, me preparando com doçura e vivendo com coragem. Coragem de crer que um dia serei a mulher de provérbios para e por você.

Até lá, quero dizer, sigo amando o futuro com a sabedoria divina do presente.

Com esperança e fé,
Izabella. 



quarta-feira, 4 de junho de 2025

Alguém ainda passa por aqui?

Hoje, entre o pó acumulado das prateleiras digitais e o ranger discreto das dobradiças deste velho portal, fui espiar - sem grande esperança, confesso.

E eis que, sob a poeira, acenderam-se pegadas recentes.
Ora, vejam… Ainda há quem transite por estes corredores frios, quem decifre estas paredes cobertas de líquens e musgos antigos, quem, com olhos atentos ou distraídos, respire as palavras que deixei penduradas!

Alguém ainda quer ler o que escrevo?
Ou será apenas a ventania, folheando as páginas?
Talvez um errante curioso, ou um melancólico sem destino,
ou quem sabe alguém que, sem saber, buscava exatamente
esta exata fresta, este mesmo tom... 

Me pergunto, com o coração meio tímido,
se essas frases soltas ainda encontram abrigo,
se ainda tocam, ainda despertam,
ou ao menos fazem companhia
em alguma tarde qualquer ou em algum canto do mundo.

Nunca divulguei, nunca chamei:
deixei aberto, só isso.
Como uma porta encostada,
como uma luz acesa na madrugada,
para quem quisesse, para quem precisasse,
ou simplesmente, para quem passasse.

E hoje percebo: algumas pessoas passaram. 
Então deixo estas linhas,
como quem acena de longe:
obrigada pela visita silenciosa,
pela leitura improvável,
pelo tempo dedicado!

Se quiser, fique mais um pouco.
Se não, tudo bem:
é bonito demais saber que, mesmo assim,
ainda passam por aqui.


Bella. 

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Último "te amo"

 Já faz tanto tempo... Já faz tanto tempo desde a última vez que pronunciei um "te amo" de forma romântica. Eu disse e não queria dizer, mas disse porque antes já existia ali alguma forma de amor. Não queria dizer porque talvez fosse cedo demais - e nem era tanto assim. 

Tenho uma dificuldade genuína em pronunciar essas duas palavras. E pra dizê-las me dói um pouco. Vai o ego junto, pareço nua, me desfaço da fortaleza que sou, me torno a mulher frágil e talvez entregue no exato momento em que decido pronunciá-las. Nesse espaço de tempo, já não estou minimamente preocupada com a reciprocidade, sabe?! É uma coisa minha, o outro não precisa dizer na mesma intensidade ou responder o mesmo de imediato. Eu disse porque senti, senti de novo, senti inúmeras vezes, e aí acontece... Eu digo. Falo e me faz bem. É como tomar remédio pra tosse: inicialmente parece ruim, mas você toma, o que tava te incomodando desaparece e o gostinho pode ser muito bom! Você pode querer de novo!

Já faz tanto tempo... Eu disse no impulso das faíscas da paixão por alguém que nem tive algo sério, eu disse e foi remédio, me curou! Dizer "te amo" me dói, né, eu disse, mas essa vida é curta demais pra não dizer também. E dizer me cura, me salva do monótono, da característica humana moderna: não dizer e guardar, deixar brochar algo que é pra florescer e tudo por medo. Medo que não seja recíproco - e se não for? - se não for, nada de mal tem, tem de bem: você se permitiu! Você amou e permitiu que a outra pessoa soubesse, e se ela ainda não sente o mesmo ou nunca sentirá, saiba que a vida é justa demais, ela dali tirará. A balança precisa ser igual. 

Li "O Pequeno Príncipe'' aos 12 anos e das muitas frases que se tornaram famosas, a que me marcou por muito tempo e ainda levo comigo foi: "tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas". E assim penso. Já mencionei diversas vezes aqui, no blog, que não sei passar do amor incondicional pro vazio absoluto; se eu já disse que amo a alguém, o amarei pela eternidade. Claro que esse amor se torna amizade, "amor de querer bem" (não sei amar alguém de amor romântico pela segunda vez, pelo menos não até hoje). Não sei ser fria, deselegante, etc., porque ali existe um ser que já foi muitíssimo importante na minha vida e merece respeito vindo da singela simpatia existente aqui, em mim.

Me pergunto se amor genuíno já senti... Não acaba, né?! Então... Faz muito tempo porque na próxima vez que eu pronunciar essas duas palavras, que eu não tenha que ir e nem a pessoa partir. Que *não* seja eterno enquanto dure, mas que dure eternamente. Se isso ainda pode existir, e eu creio que sim, é bom, perfeito e agradável pra mim.

Já faz muito tempo... E eu ainda lembro. 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

"A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e jóias de ouro ou roupas finas.

Pelo contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranquilo, o que é de grande valor para Deus."


Que eu assim seja e queira, amém.

domingo, 14 de janeiro de 2024

 Domingo, quase dormindo, por que não escrever? 

Passei o dia estudando na casa de uma amiga depois de prepararmos um almoço delicioso, assistirmos 2 eps de Midnight Gospel, 1 ep de The Office - ela quer me aplicar essa série e tá quase conseguindo - e por fim, plantarmos jambu e capim santo. 

Me pareceu uma tarde inteiramente em paz... E, sabe, eu quero isso pra vida! 

Acordei, malhei, arrumei casa ao som de greta, preparei um suco de abacaxi com hortelã, chia e linhaça, fui a casa dessa amiga, preparamos o almoço ao som de uma banda de Macapá (muito importante a música de cada momento, certo?!) e fizemos tudo que disse acima... Seria isso "envelhecer"? Porque eu só quero ficar em paz, correr, programas ultra índio, ler e dormir cedo. Balada e afins me perderam plenamente... Exceto no carnaval, claro! Mas no carnaval, acordo 7:00 e durmo as 20:00... 

Cansei de escrever. 

Isso tá mais pra uma folha de diário, né? Poderia transformar isso aqui em um diário... Quem se interessaria pelo dia a dia de Izabella? 

Cri... Cri... Cri... 


quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

 Parei um pouco o trabalho antes do horário.

Coloquei um dos meus estilos de música favorito de tempos atrás: dreampop. 

Achei que teria tempo depois que as provas passassem... Enganada&cansada. 


Muito ruim quando sua vida sai completamente dos trilhos, não é? A minha saiu há 7 anos atrás e desde então eu tento arduamente não só voltá-la aos trilhos mas como também reconstruir estes mesmos trilhos.



P.s.: dreampop é bom pra fazer amor - JUNTO. Ou pra beber vinho lendo livro - SÓ. 

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

"Livro dos cantos potentes", declarado em paredes do Egito, diz:


"O teu nome é mais poderosos que os nomes dos deuses... O nome do deus sentado na tua barca. 

Oh, barqueiro, detém teu remo, vira-te e olha nos olhos daquele que vive no centro da tua barca."


Existe algo divino no centro da nossa barca e nós estamos remando alienados. Em algum momento, devemos parar, olhar para trás, ver quem somos, ver quem é o dono da barca, ver quem é o passageiro... Caso isso aconteça com destreza, enxergamos a nós mesmos! Passamos então a nos respeitar mais e não enfiaremos essa barca em qualquer canto, lodaçal, porque há um ser divino dentro dela. 

Percebe que essa visão é "respicere", é saber ver? E você passa a se respeitar. 

- Não posso levar minha barca a qualquer lodaçal, tem um passageiro divino dentro dela. Eu me respeito. Sei o que sou, ainda que o vislumbre só de vez em quando! 

É aí que começamos respeitar o outro, enxergar de uma forma mais humana, profunda, porque sabemos que existe algo dentro de nós e começamos a acreditar que podemos encontrar isso nos demais. 


Senão somos meras cascas. Por que deveria eu respeitar cascas? 


(Insight vindo de estudos + meditação)

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

 "A flor que desabrocha na adversidade é a mais rara e bella de todas."


Não deixarei claro o suficiente o que sou e tudo que me torna exatamente a Izabella no presente momento.

Reconheço que nasci na época errada... Odeio o fato como você pode saber tudo sobre alguém em alguns cliques, em alguns poucos minutos... 

Por que não conversar por horas? Por que não conviver? Dividir o açúcar e as risadas? 

Conhecer alguém é construção! Não sinto que tenha que dizer algo tão de mão beijada, tão rapidamente, antes mesmo do sorvete acabar... E nem nos primeiros dias, meses... Tem coisas tão íntimas que doem. Tem adversidades que a gente conta com um sorriso humilde no rosto, mas quantas lágrimas precisaram ser curadas pra chegar ali, não é?!

- Você faz o que da vida? Tsc, tsc... Me deixa saber o que a vida faz de você! Me conta sobre sua reação quando o pneu do seu carro furou em plena avenida paulista. Me deixa te conhecer de forma cognitiva, autêntica, real. 

Quero interesses quase palpáveis, olhos atentos e diálogos singelos. Sem pressa, "devagar e sempre". 

Quero é desvendar e me deixar descobrir aos poucos... 

Uma caixinha de surpresas! POR QUE NÃO? 

A gente é museu. Alguns visitam apenas o primeiro andar porque acham tudo muito intimidador, outros apenas exposições temporárias, ainda há os que visitam todos os andares e todavia não compreendem nada, somente alguns passaram e/ou passarão horas lendo suas profundezas, esses realmente apreciarão toda infinidade que é você - todo corte, toda cicatriz, todos os trejeitos, nuances, manias, defeitos... Isso que torna o beijo tão bom? Ou a amizade realmente sincera? O suor do sexo delirante? A irmandade dentre amigos eterna?  

Não sei, mas quero descobrir!


Tem gente que é muito, muito, mais lindo por dentro, né?! Modéstia parte, é o meu caso. 

Me conhece de verdade ou só a superfície?